Julguei que fazer este luto seria mais fácil! A "ausência" do meu Pai nos últimos anos levou-me a pensar que a despedida seria mais leve. Mas não é verdade. O meu luto é feito todos os dias, nem sempre sei lidar com esta distância e, confesso, gostava de encontrar mais conforto na minha fé... O Natal das minhas filhas foi perfeito (só lhes faltou o "verdadeiro" Pai Natal), já o meu foi (ainda mais) incompleto. Cresci a aprender que as ausências existem. Desde sempre que vi os meus pais a lembrarem os pais deles e desde sempre que o meu maior medo seria perde-los. Agora que o perdi, essa ausência virou um vazio gigante que ainda não sei gerir. As férias foram terapeuticas. Precisava de parar. A vida frenética não me permite pensar ou mesmo chorar. E chorar, parar, pensar, rezar... é tudo o que preciso para me conseguir despedir (ou aprender a viver com o vazio). Foram dias maravilhosos. Descanso e muito namoro em família. Viemos todos com baterias carregadas.